Para um ator, o personagem é um filho que nasce a cada trama, e muitas vezes, a ficção se rende à realidade, e mesmo, no fim da história, ele se faz presente, graças as suas características marcantes que permeiam a vida dos telespectadores.
Wagner Moura que nasceu em Salvador, no dia 27 de junho de 1976 tem um currículo extenso e coleciona várias profissões: jornalista, diretor, músico e premiado ator brasileiro, já que foi considerado pela crítica, um dos maiores protagonistas do cinema no país. Além disso, o ator também é reconhecido internacionalmente pelo papel de Pablo Escobar na série de TV Narcos.
Antes de aparecer na televisão, o ator chegou primeiro aos cinemas nos filmes: Abril Despedaçado de Walter Salles, as Três Marias de Aluízio Abranches, Deus é Brasileiro de Cacá Diegues, o Homem do Ano de José Henrique Fonseca e no filme Carandiru de Hector Babenco.
Casado com a jornalista e fotógrafa Sandra Delgado e pai de três filhos: Bem e Salvador e José. O ator estreou nas novelas brasileiras em A Lua me Disse, de Miguel Falabella. Um dos seus destaques foi na minissérie JK, onde ele protagonizou o presidente ainda jovem.
Mas o sucesso chegou mesmo, com a estreia do Capitão Nascimento nos cinemas e, no mesmo período, com o vilão da novela de Gilberto Braga, Paraíso Tropical, como o empresário Olavo Novaes, ao lado da atriz Camila Pitanga, no qual faziam par romântico.
Com seu perfil polêmico, o ator por meio de redes sociais, gosta de emitir a sua opinião, e não poupa críticas sobre a política e economia do país, mas também gosta de escrever sobre cultura e rasga elogios aos melhores amigos: Lázaro Ramos e Vladimir Britcha. Aliás, o trio se conheceu no começo de carreira do ator, quando ainda atuavam na peça A Máquina, no Rio de Janeiro. De lá para cá, a amizade só cresceu e, ao lado de Lázaro Ramos atuaram em Tropa de Elite.
Ainda na televisão, fez várias participações em séries, como A Grande Família, no especial de final de ano Programa Novo e no quadro Sitcom.com.br. Já no teatro, a grande realização de um sonho antigo, veio com a peça Hamlet, de William Shakespeare.
Em meio à tantas atividades, Wagner Moura também teve uma banda. A Sua Mãe criada em 1992, foi retomada em meados de 2008 e marcou presença nos programas da Televisão a cabo Circo do Edgard e no Altas Horas, o retorno garantiu a gravação do disco demo The Very Best of the Greatest Hits of Sua Mãe – demo vol. 1, uma página no MySpace, e alguns shows.
A banda que teve Wagner como vocalista e amigos de longa data e conhecidos dos tempos de faculdade, estreou oficialmente em 2009, no Portal MTV e em maio de 2010, o primeiro cd da banda foi lançado. O apelo publicitário se deu devido ao mês dos dias das mães, na tentativa de alavancar a venda.
Em continuidade na carreira de cantor, Wagner Moura em 2012, foi convidado para participar como vocalista no Tributo à Legião Urbana pela MTV. O evento aconteceu em São Paulo e transmitido ao vivo pela emissora. Grande fã da banda, ele não escondeu a satisfação em estar, tempos depois, representando o seu ídolo.
A carreira do ator na televisão também foi abrilhantada no seriado Carga Pesada. A amizade com Antonio Fagundes que surgiu no filme Deus é Brasileiro, lhe garantiu um convite para participar como Pedrinho, o filho de Bino, protagonizado por Stênio Garcia.
E ele chegou em Hollywood. Em 2010, um empresário americano passou a conduzir a carreira do ator para que pudesse chegar às telas internacionais. O convite chegou logo, Wagner Moura foi convidado para participar do filme Elysium, ao lado de Matt Damon, Jodie Foster e Sharlto Copley.
Com um extenso currículo no mundo audiovisual, o Capitão Nascimento de Tropa de Elite e Pablo Escobar de Narcos já tem novo endereço. Com o intuito de alavancar a sua carreira, o ator e a família estão de malas prontas e, o destino não poderia ser outro, se não Los Angeles, berço das produções cinematográficas.
Capitão Nascimento versus Pablo Escobar
Para Wagner Moura, o eterno Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite – rígido policial do BOPE que caça gangues de traficantes é um dos personagens mais marcantes de sua carreira.
Tudo por que, a história que relata o cotidiano da polícia brasileira traz à tona os problemas de uma das maiores cidades do país, no quesito segurança. A batalha infinita entre policiais e traficantes são agravados pela corrupção dentro da PM.
Assim, o BOPE é a única solução advinda de treinamentos de guerra com dois objetivos: torturar e matar ou deixar o tráfico impune.
Afinal, o Capitão Nascimento era mocinho ou vilão? Tudo depende da forma que encaramos o personagem interpretado por Wagner Moura, que na maioria das vezes se apresentava violento, capaz de realizar as maiores atrocidades, outrora, no bom moço que levava a paz para as favelas do Rio de Janeiro.
Em contrapartida, Pablo Escobar, vivido também pelo ator, traz um novo personagem com uma trama semelhante na série Narcos. Desta vez, os papéis se invertem e, o mundo do crime passa ser o palco com o relato de vida do maior traficante da história colombiana, desde a sua apresentação ao comércio ilegal até sua ascensão como El patrón del mal.
relação de amor e ódio que ambos despertaram são muito semelhantes. Pablo Escobar, apesar de sua personalidade marcante, conseguiu ser amado com a mesma intensidade que foi odiado, e tal característica foi uma façanha que só o Capitão Nascimento conseguiu.
Para Wagner Moura, a transição de identidade de Capitão Nascimento para Pablo Escobar, foi uma tarefa árdua, uma vez que, quando um personagem cai nas graças do público, dificilmente é possível descaracterizá-lo. O desafio de encarnar um personagem carismático, e ao mesmo tempo polêmico com riqueza de detalhes lhe faz um ótimo ator.