Seu filho está passando pela adolescência, o período da vida que sucede a infância, ou seja, ele está deixando de ser criança e está se desenvolvendo para a fase adulta. Nesse momento os brinquedos em geral perderão suas funções primordiais de entreter, serão deixados de lado, e os órgãos genitais vão sair do anonimato. Essa transição começa com a puberdade e é caracterizada por manifestações físicas e psicológicas definidas pela fase: aos 10 anos os testículos aumentam de tamanho; entre 11 e 12 anos as mãos e os pés crescem muito e ficam desproporcionais ao tronco, também surgem os primeiros pelos pubianos; entre 13 e 14 anos aparece uma barba rala; entre 15 e 16 anos os órgãos genitais ganham configurações adultas; entre 17 e 18 anos a voz já está firme, e a musculatura e posturas estão definidas.
Durante esta fase seu filho poderá demonstrar sinais de rebeldia, isolamento, poderá desenvolver acne, em determinado momento terá experimentado o orgasmo – seja através da masturbação ou da polução noturna. Todas essas e várias outras mudanças e/ou consequências estão ligadas a fatores hormonais, e às vezes serão meras reações químicas. Resumidamente, seu filho será bombardeado por descargas de testosterona! Esse hormônio é responsável pelo crescimento repentino e pelas mudanças comportamentais que o jovem poderá apresentar durante a transição.
A psicóloga Beatriz Campos explica que essa fase é encarada como um Luto: “A criança deixa de ser criança para se tornar adulto, e isso emocionalmente abala muito porque é tudo muito incerto, é uma mudança muito radical do corpo, de todas as circunstâncias onde ele (adolescente) começa a perceber que não é mais criança e tem que ter postura de adulto. Então ele (adolescente) entra em conflito. Muitos adolescentes começam a se isolar, ficam mais em casa e no quarto, não querem tomar banho para não se defrontar com o novo corpo. Então tudo isso emocionalmente fica muito abalado, porque praticamente é o luto da infância” e é de grande importância que você entenda o que estará acontecendo biologicamente e fisicamente com seu filho. – É preciso dar um suporte, ter compreensão e uma empatia muito grande. Aconselha a psicóloga Beatriz Campos.
Neste período seu filho estará se descobrindo e terá diversas dúvidas em relação à sexualidade. Ele vai pesquisar na internet, vai conversar com os amigos, e além de todo esse processo natural, essas gerações de novos adultos recebem diariamente muita influência através da televisão, das redes sociais, das diversas mídias, e às vezes poderão estar recebendo informações errôneas que serão prejudiciais a sua construção sexual. E esses questionamentos sobre a sexualidade também poderão chegar até você! Hoje em dia, principalmente para famílias mais tradicionais, conversar com o filho sobre as manifestações da puberdade parece um bicho de sete cabeças, e conversar sobre a descoberta sexual ainda é um Tabu. Deve-se entender que essa pulsão sexual na verdade inicia nos primeiros meses de vida, a criança tem ensaios sexuais inconscientes, talvez você já deva ter flagrado seu filho brincando com o pênis enquanto ainda é bebê. Alguns pais acham graça, outros pais repudiam essa manifestação e impõe restrições a criança. Mas ao chegar à puberdade essas curiosidades sexuais do jovem aumentam gradativamente.
Talvez você possa se perguntar: Como vou lidar com esse ser dentro de casa? A resposta é simples! Você deve desejar que seu filho fique mais preparado do que você foi, e que ele tenha uma relação mais transparente com a própria sexualidade, mas para que isso aconteça você deve estar aberto à possibilidade de ter um diálogo sobre educação sexual com seu filho, e além disso, a psicóloga Beatriz Campos explica que para que a conversa flua melhor os pais precisam entender a própria sexualidade: qual é o modelo que você tem a respeito de sexo e qual é a sua visão de mundo em relação a isso? – A maneira que o adulto lida com a sua própria sexualidade, será a maneira que irá manifestar sobre este assunto com os filhos, exemplo: se a visão sobre sexualidade é sem preconceitos, com naturalidade, passará aos filhos está visão também. Explica Beatriz Campos.
E para que esta conversa seja tranquila para você e para o seu filho, a psicóloga deu algumas dicas, confira:
- Identifique o momento certo: Primeiro tem que ver o momento exato para ter esta conversa, sempre surgem oportunidades! Às vezes o adolescente dá algum ensejo, por exemplo, o jovem pede para comprar algum livro sobre sexualidade, ou faz alguma pergunta indireta, e saber analisar esses ensejos ajuda o pai, a saber, em qual momento deve conversar com o filho sobre educação sexual.
- Compartilhe as experiências próprias: É válido que o pai compartilhe as experiências próprias, tanto negativas quanto positivas, dando ênfase nos sentimentos que teve durante a puberdade. Diga como você se sentiu, quais foram os seus medos, e o que você fez para superá-los.
- Procure um especialista: A ajuda de um psicólogo pode ser um caminho para que o pai entenda melhor o que esta acontecendo com seu filho.
- Vá com calma: É importante que o pai atenda as necessidades do filho, mas isso deve ser conforme o ritmo da criança. Não adianta você já chegar conversando com seu filho sobre camisinha, ejaculação, DST se ele tiver apenas 9 ou 10 anos. Esteja alerta ao momento do seu filho.